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sábado, 19 de junho de 2010

Cartazes




Os cartazes foram usados na Guerra Civil Espanhola, assim como outras formas artísticas, como propaganda de guerra. Tanto nacionalistas como repúblicanos utilizaram deste recurso para justificar a sua posição na guerra. Os cartazes são representantes dos dois lados da guerra e por isso importante elemento para entendê-la.Eles também estimulavam a confiança na vitória e ficaram conhecidos como “soldados de papel e tinta”.
A estética nos cartazes republicanos e nacionalistas se diferenciava, os republicanos tiveram influência do realismo socialista e do modelo da arte soviética stalinista enquanto que os nacionalistas foram influenciados pela estética nazista.

Dolores Ibrarruri


O papel da mulher na Guerra Civil Espanhola foi delineado tanto pela sociedade que a circundava quanto pelas escolhas políticas que estas tinham, um bom exemplo disto foi Dolores Ibarruri. Nascida na pobreza das minas da Espanha, em uma família de 11 filhos, fez suas escolhas políticas ainda jovem. Aos 23 anos, em 1918, escreveu um artigo “ El Minero Vizcaino” que a deixou conhecida em toda a Espanha pelo pseudônimo: La Pasionaria, que a acompanharia por toda a vida.
Aos 25 anos filiou-se ao Partido Comunista Espanhol, e depois, em seu sucessor, o Partido Comunista da Espanha, na qual tornou presidente em 1942. Trabalhou em todos os setores do partido, na clandestinidade e na legalidade. Foi eleita deputada pelas Astúrias em 1936, para as cortes (parlamento), e sem dúvida, foi a maior representante do comunismo em seu país, sendo uma mulher a sua frente. Durante a guerra Civil Espanhola, a figura da Pasionata, seus discursos, sua força e coerência despertaram um verdadeiro sentimento de paixão no povo espanhol. Seu grito de “No pasarán!” tornou-se o grito de todos que lutavam contra o Fascismo. Perdida a guerra mudou-se para a URSS e somente após a morte de Franco retorna a Espanha. Morreu em 1989, aos 94 anos, como presidente honorária do partido comunista, porém seus gritos até hoje ecoam nas mentes dos que acreditam em um mundo mais justo.

Para saber mais: http://andarurbano.blogspot.com/2008/11/si-si-si-dolores-madrid.html

A imprensa como arma

A coalização de partidos de esquerda e os nacionalistas utilizaram a imprensa como parte da máquina de guerra. Jornais monárquicos, católicos e falangistas apoiaram o levante militar. Mas a censura se mostrava presente. As organizações políticas e sindicatos produziram uma grande variedade de jornais. Na frente de batalha, divisões, brigadas e às vezes até batalhões produziam suas próprias publicações. Os dois lados também fizeram uso máximo do rádio para informação, recrutamento e propaganda.
A imprensa católica estrangeira apoiou de imediato o levante nacionalista. Criticava as restrições ao clero, a profanação das igrejas e a morte de religiosos. Mas os franquistas não se esforçavam para facilitar a vida da imprensa. Os jornalistas eram vistos como espiões e quem duvidasse dos fatos divulgados pelos rebeldes logo passava a suspeito de ser um "vermelho".
O jornal britânico The Times, um dos mais importantes do continente, permaneceu neutro durante o conflito. Mas, em 1937, algumas reportagens sobre o país basco foram bloqueadas para não "irritar" os alemães. Nos Estados Unidos, a República foi apoiada pelo The New York Times. Mas na produção de reportagens sobre os campos de refugiados, por exemplo, havia uma recomendação para que fossem evitados sentimentalismos.
No Brasil, a cobertura foi majoritariamente conservadora e crítica aos republicanos. As manchetes mais contundentes foram dos jornais O Globo e A Noite. O Correio da Manhã, Folha de S.Paulo, Estado de S.Paulo, Diário de Notícias e O Jornal optaram por uma cobertura menos passional. O clima não era favorável às forças de esquerda. Em 1935, o governo Vargas havia debelado um movimento rebelde que ficou conhecido como a Intentona Comunista. Dois anos depois, foi instaurado o Estado Novo, com forte tendência fascista.
A Guerra Civil Espanhola tem íntimos vínculos com a história brasileira. É grande o envolvimento de soldados brasileiros da esquerda militar que partem para a Espanha como voluntários, segundo José Carlos Meihy. Além disso, no Brasil viviam filhos de espanhóis progressistas, atentos ao noticiário da Europa. De outra parte, havia um ambiente favorável à criação do Estado Novo. Para José Carlos Meihy, houve uma preparação para que o regime fosse instalado no Brasil com respaldo da opinião pública. "Neste sentido, a imprensa acaba tendo um papel importante ao assumir a Espanha como um modelo para novos desastres de guerra. Diziam:” “Veja o que acontece lá, onde a esquerda está instalada.”

Sobre a guerra civil espanhola 1936 – 1939

O inicio do século XX na Espanha foi marcada por intensa ebulição, a guerra civil espanhola, que dividiu o país entre nacionalistas e republicanos e foi considerada por alguns como o “grande ensaio” para a Segunda Guerra Mundial. De um lado, monarquistas, exército, grandes proprietários de terra e igreja católica não se conformavam com o resultado e com as primeiras medidas dos republicanos. De outro, sindicatos, partidos e facções esquerdistas exigiam reformas sociais em ritmo intenso.
Em julho de 1936, o general Francisco Franco liderou um levante militar partindo de Marrocos em direção a Madrid. Todos esperavam que o confronto acabasse rápido, porém, durou três anos.
Intelectuais e artistas de todo o mundo participaram da guerra, alguns não se limitaram a ser apenas observadores externos e participaram ativamente nas frentes de batalha como André Malraux, George Orwell e John Cornford e outros passaram um período na Espanha como Ernest Hemingway que atuou como repórter de guerra, John Dos Passos, Pablo Neruda e Antoine de Saint-Exupéry. "Foi a primeira guerra midiática da história", explicou Josep Buades. Na década de 1930, o cinema já era sonoro. Antes da exibição dos filmes, havia a projeção de documentários com notícias internacionais. "Para uma população que não estava acostumada com as imagens como nós estamos hoje, isso teve um impacto muito forte", afirmou o historiador. Também pode ser considerada, para Buades, a última "guerra romântica da história". Em poucas guerras tantos intelectuais pegaram em fuzis e partiram para o front para lutar diretamente contra o inimigo.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Filmografia

segue uma lista de filmes que representam a temática:


*España heroica, de Joaquín Reig Gosálbez
Alemanha/Espanha, 1937.

*Madrid, de Basilio Martín Patino
Espanha, 1987.

*Ispanija (Ispaniya); de Esfir Shub
URSS/Estados Unidos, 1939.

*L’Espoir – Sierra de Teruel; de André Malraux e Boris Peskine
Espanha, 1939.

*España indómita (Unbändiges Spanien); de Kurt e Jeanne Stern;
República Democrática Alemã, 1962.

*Por quem os sinos dobram (For Whom the Bell Tolls); de Sam Wood
Estados Unidos, 1943.

*A lingua das mariposas (Lengua de las Mariposas); de José Luis Cuerda
José Luis Cuerda, 1999.

Filme o Labirinto do Fauno.


O Labirinto do Fauno: O filme se passa no período posterior a guerra Civil, porém, mostra um contexto ainda de tenção e apreensão, tanto por conta do regime ditatorial de Franco quanto pela existência de grupos guerrilheiros que tentam tomar o poder deste.
O filme é contado a partir da visão de uma menina, o que não é exatamente uma novidade no cinema, pois já existem vários filmes que mostram períodos conturbados da história a partir da visão de uma criança, como: O ano em que meus pais saíram de férias [2006], A culpa é do Fidel [2007] e Machuca [2004]. Contudo é interessante ver essa tendência “revisionista” da história, que é contada a partir da visão dos oprimidos e não só dos “atores principais”, como, por exemplo, os soldados.
Além de história ser contada por uma criança tem como personagens principais mulheres. E todas elas tem papéis que “deveriam” ser desempenhado por homens, porém, na Guerra Civil Espanhola o papel das mulheres foi revisto, e para dar continuidade a esta revisão Del Toro as coloca a frente de uma guerrilha (a personagem Mercedes), a frente de seu tempo (uma menina que lê muito, em tempos de poucas meninas nas escolas) e uma mulher típica do campo direito da guerra, submissa e apática a todos os acontecimentos (Carmem).

Cronologia

Fonte: Filho, Claudio Bertolli e Meihy, José Carlos Sebe Bom. 1996. A Guerra Civil Espanhola. Editora Ática.São Paulo.

1898 - A Espanha perde Cuba, Porto Rico e as Filipinas.

1912 - Tratado hispano-francês sobre o Marrocos.

1923 - Início da ditadura de Primo de Rivera.

1930 - Fim da ditadura de Primo de Rivera.

1931 - Eleições municipais. Proclamação da Segunda República.

1932 - A CNT decreta greve geral. Lei do Divórcio.
Expulsão da Companhia de Jesus.

1933 - Motins anarquistas na Catalunhae em Cádiz. Fundação da Falange Española. Triunfo dos grupos de direita
nas eleições gerais.

1934 – Fusão da Falange Española com a Jons. Rebelião nas Astúrias.

1936 – Eleições nacionais com a vitória da Frente Popular. Azaña assume a Presidência. Assassinato do tenente Castillo e de Calvo Sotelo. Início da guerra no dia 17 de julho. Batalha de Madri (novembro e dezembro). Chegam a Cádiz os camisas negras italianos.

1937 – 6-26 de fevereiro: batalha de Jarama.
7-8 de fevereiro: Málaga cai em poder dos franquistas.
Março: batalha de Guadalajara.
26 de abril: a Legión Condor bombardeia Guernica.
28 de agosto: o Vaticano reconhece o general Franco.
29 de outubro: o governo republicano é transferido para Barcelona.
15 de dezembro: ataque republicano a Teruel.

1938 – 16-18 de março: Barcelona é bombardeada por aviões italianos.
25 de julho: ataque republicano a Ebro.
4 de outubro: as Brigadas Internacionais abandonam a Frente Popular Espanhola.
16 de novembro: o exército popular se retira da Frente de Ebro.
23 de dezembro: início da ofensiva final soa franquistas contra Barcelona.

1939 – janeiro: os nacionalistas ocupam a Catalunha.
27 de fevereiro: Inglaterra e França reconhecem o governo de Franco.
28 de março: Madri é ocupada pelos franquistas.
29-31 de março: queda dos últimos redutos republicanos.
1º de abril: fim da guerra civil.

1941 – Morre Alfonso XIII.

1946 – A ONU condena o regime franquista.

1969 – As Cortes sagram Juan Carlos sucessor de Franco com o título de príncipe das Astúrias.

1974 – Anunciada a abertura do regime.

1975 – Morre Franco; o príncipe Juan Carlos de Bourbon sobe ao trono.

1977 – Primeiras eleições desde 1936.

1978 – Aprovada a Constituição. A Espanha volta a ser uma monarquia constitucional.